sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Let us introduce ourselves.

 Não muito diferentes de tantas outras de dezanove anos, assustadoramente perto dos vinte, somos duas miúdas with a Passion for Fashion.


 Com uma feliz infância crescida na década de 90, altura em que a Barbie - ainda não substituída pelas Bratz ou pela Hannah Montana - e as Princesas Disney -ainda em ilustração completamente 2D - eram os supremos ídolos femininos, seguidas automaticamente por uma referência só ligeiramente mais humana - Britney Spears - em que a crença era que as calças-à-boca de sino (a.k.a patas-de-elefante) nunca deixariam de ser usadas e que as míticas Calças do Velho eram o trunfo mais sexy do guarda roupa de uma mulher (mulher de treze anos, saiba-se...), Vogue e Elle eram coisas de Mãe, e "a La Redoute é que eu gosto de ver - pode ser que a Avó me ofereça alguma coisa!" (ou "Papá, pode-me comprar a Ragazza? Oh, vá lá!" e como me sentia crescida a lê-la, embora não entendesse metade!) e as únicas modelos que conhecíamos eram a Claudia Schiffer, a Cindy Crawford e a Naomi Campbell. As marcas de eleição eram a Zara, a River Woods e a Massimo Dutti Kids, às vezes a Bennetton e acessórios só na Parfois.


 De repente, aos quinze, começando a aproximar-nos da idade que as Barbies das nossas brincadeiras geralmente tinham (17, já com duas Shellys como filhas, casadíssima com um Ken, um Mercedes descapotável encarnado, e de um modo geral de um nome exótico como Jennifer), a Britney era motivo de risada, a Vogue já não era coisa de Mãe, ser igual às outras totós de mocassins, mil e uma correntes com medalhinhas da Primeira Comunhão e afins - que todas tínhamos, convenhamos... - já não interessava a ninguém a não ser à ditas totós, e a Chanel, Gucci, Prada, e Dior passaram a fazer mais sentido do que a comida no prato ao jantar; a Moda já não era seguir um padrão, tanto como descobrir o nosso próprio padrão.


 Em casa já não deixávamos ninguém ver outra coisa senão o FashionTV, e o Laguna Beach era seguido atentamente (não tanto pelo good ol' American teen drama, mas pelas roupas).


Os dezasseis e os dezassete foram para nos deixarmos de criancices e encontrarmos o nosso centro. E com centro quero dizer estilo.


Os dezoito chegaram e, sem darmos por isso, já éramos mais velhas que as Barbies. Damn.


A Leonor conheceu a Maria, a Maria conheceu a Leonor.
O mesmo curso, as mesmas paixões, medos iguais, sonhos muitos.
Os vinte aproximam-se e não nos vemos com a vida de Barbie que imaginámos que iríamos ter. Uma talvez melhor... 


"Bora começar um blogue de Moda?"
"Bora...!"


Para satisfazemos a nossa fome de Moda até termos quinze anos outra vez.

Sem comentários:

Enviar um comentário